"Quem pode dizer que ama a Deus a quem não vê
Se não pode amar alguém que morre todo dia e todo dia a gente vê".
Restos de gente nas esquinas, nos faróis
Sob os viadutos, sob todas as pressões
Escombros de vida, morte de sonhos
Fome e miséria até quando vão matar?
_____________
Eis a letra de "Fé e obras".
Ouvi essa música ainda em época de adolescente, ainda gosto muito dela, do mesmo modo que aprecio as bandas representadas pelos cantores que a entoam: Zé Bruno (Resgate), Manga (Oficina G3) e Brother Simion (Katsbarnea).
Sempre pensava sobre como foi o momento em que se juntaram e desenrolaram esta obra, afinal não é tão comum ver grandes nomes de bandas se reunindo em canções assim, o máximo é uma pequena participação de uma ou outra em determinado momento, nada mais.
O instinto de pesquisador entrou em ação. Vamos a algumas descobertas.
Primeiro encontrei a faixa num CD coletânea que a Gospel Records Lançou. Mas a história que envolve a canção remonta a anos antes.
A música saiu num LP do ano de 1993 chamado Atitude e Solidariedade lançado pela VINDE (Visão Nacional de Evangelização), numa campanha contra a fome e a pobreza encabeçado no meio cristão por Caio Fábio e também pelo sociólogo Herbert de Sousa (Betinho). O disco foi uma junção de vários artistas cristãos com o intuito de reverter a arrecadação a assistência social.
Algo mais amplo sobre a obra escrevi em outro artigo que postarei oportunamente.
Falamos com a Banda Resgate sobre aquela proposta e sobre aquele momento, segundo eles:
No que diz respeito a gravação, composição e produção da música “Fé e obras”, complementam que:
"Gravamos no estúdio do Rick Bonadio. As três bandas já tinham feito discos lá. Ele mesmo produziu a faixa. Se eu não me engano foi o Jorge (Resgate), na batera, o Jadão (Katsbarnea) no Baixo, o Giovani (Katsbarnea) no teclado e eu na guitarra. Depois colocamos as vozes. Acho que foi isso".
Capa do LP atitude e Solidariedade |
Falamos com a Banda Resgate sobre aquela proposta e sobre aquele momento, segundo eles:
"O
final dos anos 80, quando o Resgate começou o seu trabalho juntamente com
outros grupos, havia um clima romântico e, até por que não dizer, inocente,
juvenil. Bandas, Rock, evangelismo, amizade...
Desabrochava um misto de comportamento e missão, um pouco diferente do movimento de hoje. Tenho boas recordações daquele tempo. Na época a Gravadora com a qual trabalhávamos nos fez o convite, ficamos felizes de participar. A Vinde era uma referência no trabalho social e tudo se alinhava com nosso jeito de fazer a coisa. Não tivemos contato com o projeto ou outros grupos que participaram, cada um gravou na sua cidade e todos enviaram suas gravações. Fizemos a música juntos, o Brother, o Manga e eu. Estávamos sempre juntos na igreja e nos eventos, foi tranquilo, saiu rápido".
Desabrochava um misto de comportamento e missão, um pouco diferente do movimento de hoje. Tenho boas recordações daquele tempo. Na época a Gravadora com a qual trabalhávamos nos fez o convite, ficamos felizes de participar. A Vinde era uma referência no trabalho social e tudo se alinhava com nosso jeito de fazer a coisa. Não tivemos contato com o projeto ou outros grupos que participaram, cada um gravou na sua cidade e todos enviaram suas gravações. Fizemos a música juntos, o Brother, o Manga e eu. Estávamos sempre juntos na igreja e nos eventos, foi tranquilo, saiu rápido".
Lado 2 - ou B como chamavam à época. |
Outro questionamento interessante foi sobre como surgiu a ideia de gravarem juntos
(os vocalistas de 3 das mais destacáveis bandas cristãs no momento – Zé Bruno
(Resgate), Luciano Manga (Oficina G3) e Brother Simion (Katsbarnea), e nos disseram:
"Não
sei de quem foi a ideia. Como o convite foi feito à gravadora deve ter sido
alguém da direção. Toda segunda feira tocávamos juntos, as bandas se revezavam,
não foi algo inédito, já acontecia. Acho que a ideia, seja de quem foi, deve
ter sido pela amizade que tínhamos, era muito legal".
"Gravamos no estúdio do Rick Bonadio. As três bandas já tinham feito discos lá. Ele mesmo produziu a faixa. Se eu não me engano foi o Jorge (Resgate), na batera, o Jadão (Katsbarnea) no Baixo, o Giovani (Katsbarnea) no teclado e eu na guitarra. Depois colocamos as vozes. Acho que foi isso".
E complementaram falando sobre a importância da canção para o repertório musical, a Banda Resgate afirma que: "Cantamos
algumas vezes juntos. Sempre que as 3 bandas estavam no mesmo evento, a gente
tocava. Mas não entrou no repertório das bandas individualmente. Ficou a boa
recordação do que fizemos juntos".
Fé e obras, uma já clássica canção do rock gospel nacional.
_____________
Nenhum comentário:
Postar um comentário